10 dicas para auxiliar seu(sua) filho(a) a construir autonomia e responsabilidade

Por Deiver Greboggy – Psicólogo, Pedagogo e Consultor Pedagógico Gênios Educacional

Tempo estimado de leitura: 8 min.

Este artigo é para as famílias preocupadas com o desenvolvimento dos filhos por causa da falta de autonomia e responsabilidade nas crianças.
Vamos entender o significado de autonomia e responsabilidade?

Autonomia significa “capacidade de tomar decisões não forçadas e baseadas em informações disponíveis”. A infância é um importante período no desenvolvimento da autonomia, por se tratar de uma fase da vida na qual a criança conhece e explora o mundo.
De acordo com o Referencial Curricular para Educação Infantil elaborado pelo MEC (1998, p. 14):

A autonomia, definida como a capacidade de se conduzir e tomar decisões por si próprio, levando em conta regras, valores, sua perspectiva pessoal, bem como a perspectiva do outro, é, nessa faixa etária, mais do que um objetivo a ser alcançado com as crianças, um princípio das ações educativas.

Ainda de acordo com o Referencial Curricular para Educação Infantil elaborado pelo MEC (Ministério da Educação), responsabilidade envolve o desenvolvimento da capacidade da criança de se reconhecer como parte de um grupo, compreendendo e respeitando regras e combinados estabelecidos coletivamente. Isso inclui a promoção de atitudes como o cuidado com o ambiente, a colaboração com os colegas e o respeito aos direitos e deveres, tanto os próprios quanto os dos outros.

No contexto da Educação Infantil, a responsabilidade é trabalhada por meio de atividades que incentivam a autonomia, a cooperação e a participação ativa das crianças em decisões que afetam o cotidiano do grupo, sempre de maneira adequada ao seu nível de desenvolvimento. Isso contribui para a formação de indivíduos conscientes de seu papel na sociedade e comprometidos com valores éticos.

 

Assim, foram elaboradas 10 dicas importantes para que pais e cuidadores possam colocar em prática com seus pequenos, visando a construção de autonomia e responsabilidade:

 

  1. Na construção de regras e combinados de convivência, conte com a colaboração dos pequenos, pois, de modo geral, as crianças respeitam legitimamente as regras que elas mesmas elaboram e trabalham com empenho para atingir suas próprias metas. Para isso, construa um quadro com 10 regras básicas que incentivem a cooperação para a boa convivência. Deixe-o exposto para que seus filhos possam sempre ter essa referência visual.
  2. Incentive o auxílio ao outro em uma atividade ou brincadeira. Isso fará com que as crianças se sintam úteis e desenvolvam os valores “altruísmo e solidariedade”. Em comum acordo, junte alguns brinquedos que não usam mais e doem para alguma instituição que acolha crianças em vulnerabilidade.
  3. Mostre que deixar os brinquedos jogados na sala pode fazer com que algum adulto tropece e se machuque, assim como eles mesmos. Isso se chama “corresponsabilidade”, ou seja, o que eu faço ou deixo de fazer influencia diretamente no outro.
  4. Encoraje sua iniciativa para execução de tarefas domésticas, valorizando suas tentativas. Lembre-se de que encorajar é diferente de elogiar, por isso, questione o quão a criança pode estar orgulhosa do que fez, e não você. Dizer “eu estou orgulhoso” gera uma expectativa que faz com que a criança procure sempre agradar ao outro, e não a si mesma.
  5. Garanta um espaço no qual os pequenos se expressem, incentivando e auxiliando a criança a falar sobre suas emoções. Isso requer um bom “repertório emocional” por conta dos pais/cuidadores, por isso, procurem desenvolvê-lo juntos.
  6. Não interfira no processo de desapontamento, mas também não o estimule, pois as crianças naturalmente vão passar por inúmeras frustrações. Por mais que isso seja doloroso, oriente-as sobre o fracasso e as consequências daquele momento. Errar faz parte de qualquer processo de aprendizagem, além de ser muito importante para o desenvolvimento de autonomia e responsabilidade.
  7. Explique sempre o motivo de não ter ganhado o brinquedo ou de não poder jogar videogame (punição), pois a incompreensão disso poderá gerar revolta e muitas emoções desagradáveis, dificultando o desenvolvimento de boas habilidades.
  8. Cuidado com as “broncas”! Pesquisas mostram que, quando recebemos uma “enxurrada” de críticas e palavras ofensivas, todos nós temos a tendência a nos fecharmos, fazendo normalmente o contrário do que foi solicitado. Assim, criamos resistência e encontramos mais dificuldade em desenvolver autonomia e responsabilidade.
  9. Estimule a curiosidade e a investigação e valorize as ideias das crianças. Solicite para que elas colaborem com sugestões a respeito de suas curiosidades e o que desejam aprender. Contudo, para isso, precisamos primeiro romper nossas crenças de achar que a criança, por ser criança, é incapaz de fazer escolhas conscientes.
  10. Ensine a persistir e mostre que quem persiste consegue e alcança seus objetivos, porém não deixe de validar e legitimar os sentimentos presentes nesse processo.

 

Aqui, queridos pais/cuidadores, é possível perceber que desenvolver autonomia e responsabilidade não significa mandar fazer tudo ou decidir pela criança. É necessário estimular o processo de tomada de decisão responsável, pois isso contribuirá para o desenvolvimento saudável de seus filhos.

 

REFERÊNCIAS

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil. Brasília: MEC/SEF, 1998.

BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.

COSENZA, R. M.; GUERRA, L. B. Neurociência e educação: como o cérebro aprende. Porto Alegre: Artmed, 2011.

 

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Referências:

Educação Pública. 2019. Planejamento escolar: um guia da prática docente. Disponível em: <https://educacaopublica.cecierj.edu.br/artigos/19/15/planejamento-escolar-um-guia-da-pratica-docente>. Aceso em: 09 nov. 2023.

Gestão Escolar. 2010. O que é o projeto político-pedagógico (PPP). Disponível em: <https://gestaoescolar.org.br/conteudo/560/o-que-e-o-projeto-politico-pedagogico-ppp>. Aceso em: 08 nov. 2023.

Governo do Estado de São Paulo. 2003. Planejamento Escolar. Disponível em: <https://www.educacao.sp.gov.br/planejamento-escolar/>. Acesso em: 09 nov. 2023.

Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/conselho-nacional-de-educacao/base-nacional-comum-curricular-bncc>. Acesso em: 08 nov. 2023.

Proesc. 2018. Planejamento escolar: 6 passos para sua escola ter sucesso. Disponível em: <https://www.proesc.com/blog/planejamento-escolar/>. Acesso em: 08 nov. 2023.

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