Como organizar o calendário escolar de maneira eficiente?

Conheça algumas peculiaridades do calendário escolar e como deve ser a atenção destinada a este documento no caso das escolas públicas.

O primeiro passo para a elaboração de uma estratégia de ação eficiente de engajamento da comunidade e escolar é o planejamento das atividades pedagógicas anuais. Nesse sentido, o calendário escolar ratifica-se como instrumento fundamental para que todas as ações da escola aconteçam de forma transparente e de acordo com a legislação vigente.

Pensando nisso, redigimos este artigo comentando algumas peculiaridades do calendário escolar e como deve ser a atenção destinada ao documento no caso das escolas públicas. Acompanhe as próximas linhas!

Como é definido o calendário escolar nas escolas públicas?

Assim como nas escolas particulares, o calendário escolar da rede pública é definido com base na lei federal 9.394/96, conhecida como Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.

Todas as instituições têm autonomia para ajustar seu cronograma de acordo com as particularidades de cada localidade (inclusive climáticas e econômicas), desde que seja respeitada a carga horária mínima obrigatória de 200 dias letivos e 800 horas/aula ― excluindo-se o tempo reservado a exames finais ―, distribuída em períodos de no mínimo quatro horas diárias.

No caso das escolas públicas, tanto da rede municipal quanto estadual, busca-se um alinhamento dos respectivos calendários, principalmente para que as ações desenvolvidas de forma conjunta tenham melhor resultado. Um exemplo disso é a questão do transporte escolar, chegada de material e capacitação dos professores.

Além disso, existe a preocupação com a sincronia da organização das atividades, a fim de colaborar com a logística das famílias, cujos filhos estudam em escolas da rede pública de ensino.

Ainda nesse aspecto, a lei 9.394/96 determina atenção especial à área rural, com adaptação dos ”conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos alunos da zona rural”.

Por que ter atenção especial às necessidades locais?

Um dos maiores desafios dos educadores da rede pública é ajustar as necessidades do projeto pedagógico à realidade das famílias, especialmente nas áreas de maior vulnerabilidade social.

Infelizmente, na rede pública as diferenças sociais são enormes e incluem famílias nas piores condições de vida e ampla desestruturação. Por isso, para definir um calendário escolar que melhor adapte a legislação às necessidades locais, os educadores precisam debruçar-se sobre a realidade de seus alunos e familiares.

Uma alternativa para melhorar essa organização é observar o perfil socioeconômico das famílias e ter maior ciência de como é seu cotidiano. Por exemplo, quantas pessoas trabalham fora e em que horário, qual a distância percorrida entre a casa e a escola, a idade dos pais ou responsáveis etc.

Por isso, a melhor maneira de pensar o calendário escolar é por meio de uma construção coletiva. Direção, coordenação e professores precisam trocar informações de acordo com as experiências de cada um, a fim de que se chegue a um esquema que integre pais, alunos e escola.

Por fim, uma vez concluído o documento, ele deve ser compartilhado com toda a comunidade escolar e, se necessário, passar por reformulações ao longo do ano.

Como o calendário escolar contribui para o melhor engajamento dos familiares?

Um dos objetivos principais do calendário escolar é garantir a maior participação possível das famílias na escola e servir de instrumento de organização institucional. Por meio desse documento, a escola registra antecipadamente seus eventos, encontros oficiais, datas de avaliações, divulgação de boletins, entre outras informações relevantes para o ano letivo.

Com isso, pais e responsáveis também têm condição de se organizar com relação às atividades escolares e evitam-se falhas de comunicação. Uma vez que saibam antecipadamente as datas, sua participação nas atividades da escola é facilitada e eles terão condição de estar mais efetivamente presentes no processo de ensino-aprendizagem, bem como conhecer as ações pedagógicas e receber/dar os devidos feedbacks.

Como você pôde ver, o calendário escolar é essencial à otimização das atividades e maior eficiência do projeto pedagógico. Dessa forma, deve ser fruto de diálogo e ter flexibilidade suficiente para que o trabalho de professores e coordenadores flua naturalmente.

Após falarmos sobre a importância de construir o calendário escolar de maneira eficiente, precisamos abordar outro desafio vivido nas escolas públicas. Continue conosco e leia este artigo sobre causas e soluções para os problemas da evasão escolar.

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