Por Adriana Lima – Psicóloga, especialista em Competências Socioemocionais e Gestão de Pessoas.
“CRIATIVIDADE É A INTELIGÊNCIA SE DIVERTINDO!”
Albert Einstein
Mas, afinal, o que é criatividade?
Criatividade é uma palavra, que origina do latim creare, que indica a capacidade de criar,
produzir ou inventar coisas.
A criatividade pode ser aplicada a qualquer área da vida. Ser criativo é “pensar fora da caixa”,
ou seja, raciocinar de forma diferente.
Segundo o pesquisador e diretor teatral Rodolfo Garcia Vasquez, o processo criativo é composto por etapas:
- Identificação do problema e questionamentos a respeito dele;
- Investigação, composta de pesquisa e acesso ao repertório do imaginário individual ou coletivo;
- Insight de criatividade, que é a consciência de que enfim uma boa ideia aflorou;
- Concretização, que é o momento de geração de estratégias para o desenvolvimento da “grande ideia”.
Estudos mostram que são necessárias cerca de 60 ideias para que uma possa, enfim, vingar. É por isso que as montadoras de automóveis japonesas incentivam seus funcionários a gerar ideias em grande número. A Toyota, por exemplo, já recebeu cerca de 3 milhões de ideias de seus colaboradores, e a Nissan considera relevante qualquer ideia que reduza 0,6 segundo em seu processo.
Uma pesquisa recente realizada por Geog Land, envolvendo cerca de 1 600 crianças e 200 mil adultos, mostra que 98% das crianças de 3 a 5 anos podiam ser consideradas gênios por sua criatividade; contudo, apenas 2% dos adultos acima de 25 anos têm características de genialidade.
Onde foi parar essa genialidade?
Que tal dedicar um pouco de seu tempo e ver este divertidíssimo TED talk de Ken Robinson a respeito da criatividade e sua relação com a escola:
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Acreditando na importância da criatividade na educação, a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) nasce impregnada de novas ideias para nossa prática escolar, sendo um de seus principais focos o desenvolvimento de crianças/jovens criativos. Para tanto, desafiam o educador a remodelar sua prática e seu pensar pedagógicos.
O que diz a BNCC sobre criatividade?
Umas das competências gerais da BNCC está assim descrita:
“Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas”.
Assim, podemos dizer que um dos indicativos filosóficos dessa nova base é fazer o estudante protagonista de seu saber, tornando-o um ser reflexivo e criativo, capaz de se apropriar dos conhecimentos adquiridos para criar “algo novo”.
“O HOMEM CRIATIVO NÃO É O HOMEM COMUM AO QUAL SE ACRESCENTA ALGO; O HOMEM CRIATIVO É O HOMEM COMUM DO QUAL NADA SE TIROU.”
Maslow
O pensamento criativo é estável, mas mutável, e, segundo Carolyn Cregory, engloba vários processos cognitivos, emoções e caminhos neurais.
Portanto, estratégias como incentivar a curiosidade e o interesse em aprender, levando os estudantes a questionar crenças, a pesquisar informações na busca de respostas, estimular o debate são estratégias importantes para o desenvolvimento da criatividade.
Celulares, tablets, laptops, redes sociais, sites de buscas, videogames, entre outras ferramentas fazem parte do atual cotidiano das crianças e adolescentes. Sendo assim, em vez de evitarmos o uso dessas tecnologias no ambiente escolar, podemos aproveitá-las para auxiliar o aprendizado. Já pensou se a lição de casa for justamente trazer as pontuações máximas que o estudante conseguiu em jogos on-line de matemática ou língua portuguesa?
Marcelo Serralva, professor de música e criador do curso Musicalização criativa, dá também sua receita em cinco passos para a construção de um professor criativo.
1º) Inquiete-se
Saia de sua zona de conforto.
Todos nós ensinamos da mesma forma que aprendemos, mas, em um mundo dinâmico e em constante mudança, temos de nos questionar se o modo que ensinamos é o mais adequado. Se for, ótimo, mas procuremos formas ainda melhores; se não for, estamos esperando o que para provocar em nós a mudança?
2º) Pesquise
Nós, professores, somos pesquisadores por natureza; portanto, inteirarmo-nos das práticas mais atuais pode nos mostrar caminhos seguros de mudança.
3º) Inspire-se e adapte
De posse dessas práticas, devemos nos permitir construir um caminho próprio, dando vazão a nossos talentos e nossa personalidade.
4º) Permita-se errar
Como educadores, muitas vezes nos cobramos o acerto, mas no caminho de construção de um profissional criativo o erro será mais fundamental que o acerto.
5º) Comece tudo de novo
Esse é um processo sem fim, pois, quando uma estabilidade incomoda, somos provocados pela mudança, erramos até o acerto e, novamente, percebendo-nos estáveis, recomeçamos o processo.
Como podemos perceber, a criatividade tem um significado singular para cada pesquisador de cada área do conhecimento e está presente em pequenas ações do nosso dia a dia.
Todo ser humano é potencialmente criativo, então, que tal exercitá-la, libertando seu imaginário, fugindo da rotina e pensando “fora da caixa”?